terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Que futuro nossas crianças terão?


Por Jaquelina Nascimento

Estava lendo nesta manhã a entrevista do Jornal Folha Universal desta semana referente ao escritor Luiz Fernando Proa e o que mais fiquei analisando foi quando o mesmo diz que “os pais lutem por seus filhos não só em casa, mas pressionando as autoridades para que ajam rápido”.

Esta questão toda me faz voltar o tempo e expor um pouco sobre algumas situações.Na época em que estava concluindo a faculdade de enfermagem, tive a oportunidade de fazer estágio supervisionado em um município do interior da PB. Ficávamos, eu e minhas colegas, hospedadas em uma creche da prefeitura.

Lá tive a oportunidade de conhecer várias realidades de crianças de classe baixa que estavam sem pai, mãe e que muitas eram criadas pelas avós, quando não abandonadas.

Em alguns dias fazia palestra em postos de saúde e em escolas públicas sobre vários temas, tais como DSTs e orientação como um todo. O que mais me deixava triste era atender nos postos de saúde, crianças de 12 anos GRÁVIDAS e sem direção alguma.

Mas porque iniciei este artigo citando sobre a entrevista que li no Jornal Folha Universal? Porque uma das questões que me chamou atenção foi quando o escritor refrata que DEVEMOS LUTAR NÃO SÓ EM CASA, ou seja, que também SE DEVE LUTAR EM CASA, quiçá se os pais corressem tanto em prol de proporcionar uma vida digna aos seus filhos dando-lhes mais amor e estando mais próximos muitas questões às quais presenciamos nos jornais seriam diferentes.

Tive o privilégio de ter minha mãe cuidando de mim, me levando à escola, me ensinando as lições de casa e me dando broncas quando me perguntava alguma questão e que eu não sabia...Tive o privilégio de ter minha mãe indo às reuniões de pais e mestres, preparando minha lancheira para ir à escola, de me alimentar com o amor e carinho com que ela fazia a comida e faz todos os dias e em ter meu pai sempre presente, companheiro, amigo, duro, nas horas em que deve ser ...Tive e tenho o privilégio de ter meus pais como psicólogos, amigos, companheiros e instrutores..

Fui visitar um abrigo no mesmo município que fazia estágio e fiquei com o coração partido, pois muitas crianças de todas as faixas etárias estavam naquele local apertadinho e com poucas funcionárias para dar atenção e pouco amor.. Que futuro nossas crianças terão?

Muitas não sabem o que é ter pai e mãe e quando os têm, estão muito ocupados com a bolsa de valor e com as taxas, entre outras coisas... Criam seus filhos por babás e só os vêem à noite quando chegam cansados de mais um dia de trabalho...

Porque há muitos jovens usando drogas e “brincando” com armas de fogo de verdade? Porque muitas crianças estão engravidando com 12 anos de idade? Porque muitas crianças estão sendo raptadas por pessoas que as destinam à prostituição em outros países ou até mesmo para que seus pequeninos órgãos fossem retirados?Prefiro que você responda.

Porque os pais andam tão ocupados em TER e não em SER?Porque muitas famílias não almoçam juntas e unidas? Porque não há mais tempo para conversar e brincar com os filhos? Porque muitos dizem ter qualidade de vida, mas será que sabem o que significa realmente?

Bom, na vida existem muitos porquês, entretanto cabe a cada um de nós refletirmos em que devemos mudar e quais as nossas prioridades...


Firme na Rocha!

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