Jaquelina Nascimento |
Por
Jaquelina Nascimento
O documentário é o reflexo de um olhar
crítico sobre as condições de ressocialização duvidosa a que são submetidos os
infratores menores de idade (de 12 a 18 anos), contemplados com a medida
sócio-educativa de internação, dentre as várias que preconiza o controverso
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA - Lei nº 8.069, de 13 de julho de
1990), bem como a realidade dramática socialmente que desponta das audiências
da 2ª Vara da Infância e da Juventude, da Comarca da Capital do Estado do Rio
de Janeiro.
De que maneira a sociedade para encarar o
problema de seus menores infratores se não possui juízo? Porque, segundo a
juíza, "a chance de recuperação desses jovens é remota. Além de suporte
médico e psicológico" exigiria uma ação conjunta dos poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário, sendo que toda essa questão exige vontade política e
decisão e, sem a qual as medidas aplicadas
caem no vazio. A juíza, naquelas audiências, cumpre seu papel e representa a
própria sociedade.
O contexto socioeconômico em que as
crianças e os adolescentes vivem influi na ida deles para a criminalidade, sendo
a educação através do papel dos pais que recebem em casa importante, entretanto
não é porque é pobre que tem que ser bandido.
O que falta aos menores infratores
é estímulo à cobrança e à fiscalização nos estudos, no cumprimento de regras e
ambiente familiar. Os jovens ao serem “presos” eram
tratados por números e não pelo nome, ou seja, perderam suas identidades. É um
exemplo típico de dessocialização os locais em que ficam, pois falta estrutura
nos abrigos.
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