terça-feira, 11 de junho de 2013

Enéas Maia ministra sobre drogas a mulheres na Taboca

Foto: Jaquelina Nascimento

Por Jaquelina Nascimento

Mulheres no bairro Taboca recepcionaram em clima de muita harmonia o bioquímico Enéas Maia (PSDB) na escola Ribamar Leal que na ocasião ministrou uma palestra sobre drogas esclarecendo as dúvidas das famílias daquele bairro na tarde do último sábado, 08.

 De acordo com a acadêmica de Serviço Social Cláudia de Oliveira Marques as drogas prejudicam as pessoas. “É muito importante e relevante Enéas Maia trazer a palestra para a escola com esse tema que hoje já está muito comum e acabando com a população, pessoa e família.”, afirma Cláudia Marques.

Em entrevista exclusiva à jornalista Jaquelina Nascimento, o líder político fala sobre a atual situação dos jovens que se envolvem nas drogas e suas consequências, bem como a questão socioeconômica em Floriano.

Confira entrevista abaixo:

Jaquelina Nascimento: Você ministra palestras sobre drogas em várias escolas municipais em Floriano. Enfatize sobre esse tema no município.

Enéas Maia: Analiso a importância socioeconômica da cidade para que entendamos um pouco porque as drogas se avançam tanto, claro que não apenas em Floriano, mas em todo país, no entanto outras cidades do mesmo porte que a nossa tem conseguido evitar essa epidemia de drogas que se alastra no mundo inteiro.
Floriano poderia viver uma situação diferente, mas sua própria situação socioeconômica explica devido à falta de oportunidade de emprego e renda, faz com que muitos pais de famílias terminam envolvidos com álcool e favorecendo mais a desestabilização familiar até porque o cerne da droga é a destruição da família.
Se você mantém uma família equilibrada, unida e correta é um ponto importante para combater as drogas e nada pode impedir esse combate.

Jaquelina Nascimento: Porque ocorre um índice enorme de drogas entre adolescentes e jovens?

Enéas Maia: As drogas mais se instalam hoje entre os jovens e adolescentes e é importante saber o porquê isso ocorre. Muitas vezes que os jovens são pouco exigidos dentro das escolas não por culpa dos professores e diretores que fazem um trabalho ­excelente e são verdadeiros herois na educação em Floriano, mas por causa do próprio sistema, da falta de condições de trabalhos nas estruturas das escolas faz com que os alunos permaneçam pouco tempo dentro das mesmas e sejam pouco exigidos muitas vezes fazendo com que passem a maior parte do dia de forma ociosa.

Jaquelina Nascimento: A prática de esporte ajuda no combate às drogas?

Enéas Maia: Estando ocioso o jovem não tem uma oportunidade de laser saudável; os campinhos de várzeas que serviam para esse fim se acabaram; Floriano tem pouquíssimas quadras de esporte que não é bem desenvolvido na cidade; praças e locais para práticas de skates, patins e ciclismo também não existe.
Os jovens ficam parados nas esquinas ociosos à mercê dos traficantes e das pessoas que desejam que eles entrem nesse mundo.

Jaquelina Nascimento: Enéas Maia, a questão cultural pode ser uma aliada quanto a esse tema, ou seja, quanto ao combate às drogas?

Enéas Maia: Esse é outro fator, ou seja, a falta de investimento cultural na cidade de Floriano; a cidade tem um berço cultural importantíssimo, mas não há uma política pública voltada para fortalecer os grupos culturais de teatro, dança música e outros afins; então seria um meio também de se afastar o adolescente dessa ociosidade que infelizmente não tem esse apoio, então eles permanecem ociosos.
Foto: Jaquelina Nascimento

Jaquelina Nascimento: O que falta aos jovens de Floriano?

Enéas Maia: Falta uma perspectiva de futuro em Floriano, sendo uma cidade que não oferece muito; as pessoas vão embora muitas vezes em busca de oportunidades e os que ficam sem ter uma perspectiva positiva, sem ver uma carreira profissional de destaque e uma possibilidade de crescer e se desenvolver na cidade torna-se uma arma, um ponto que facilita o avanço das drogas entre os adolescentes. A realidade que vivemos hoje se deve muito devido ao aspecto socioeconômico de Floriano.

Jaquelina Nascimento: Quais prejuízos são causados devido a esse grande mal social?

Enéas Maia: Os prejuízos que se causam são enormes que vai desde saúde pública pela quantidade de internações e de pessoas que necessitam de cuidados, mas principalmente vai à segurança pública. A polícia militar sempre coloca que mais de 80% dos crimes cometidos na nossa cidade são provenientes de pessoas que são usuários de drogas; são consequências do uso das drogas e causam um dano terrível e ceifa vidas em Floriano, causa prejuízo econômico.
É um problema que tem que ser encarado de forma séria, com planejamento de curto, médio e longo prazo para que Floriano possa combater com todas as suas armas e instrumentos esse mal.
As igrejas em Floriano, tanto evangélicas como católicas desenvolvem um papel importante no combate às drogas, bem como algumas ONGs às quais as pessoas se dedicam de forma espontânea ao tratamento de viciados.

Jaquelina Nascimento: Em que você acredita no que concerne à solução para esse problema das drogas?

Enéas Maia: Acredito que uma mudança na política socioeconômica em Floriano é uma forma; mais políticas públicas para juventude, investimento na cultura e no esporte e reorganização dos centros de reabilitação.
Sabemos hoje que Floriano sofre com a falta de apoio às comunidades terapêuticas, também em uma política pública contra as drogas. Se houver um trabalho nesse sentido podemos realmente começar a combater esse mal.      
A sociedade também procura se mobilizar, mas falta também uma política pública voltada para isso e envolvimento dos governantes.
A situação que nós encontramos no município é perigosa; a situação de avanço das drogas é a situação de avanço do adolescente deixado de lado em nosso município e uma situação aonde famílias vão sendo desestruturadas e dizimadas; uma situação de falta de perspectiva porque não se vê nenhum governante e nenhum absolutamente levantando essa bandeira e colocando algo plausível sem discurso, sem política de uma forma que se possa realmente vencer esse mal.



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